
Em 1999, aos 14 anos de idade, vivi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Na época, nascido em uma família espírita, eu já estava habituado a ouvir histórias sobre a espiritualidade, a vida além da matéria e a importância da caridade, do amor ao próximo e da fé. Mas nada se comparava ao que estava por vir: a oportunidade de conhecer pessoalmente uma das figuras mais iluminadas que já passaram por este mundo — Chico Xavier.
A ideia da viagem foi do meu pai, Cláudio. Partimos de carro de São Paulo rumo a Uberaba, em Minas Gerais, acompanhados do meu avô Miguel Coimbra e do meu tio Ednelson. A expectativa era grande, e o coração, mesmo jovem, já sabia que aquele momento seria especial.
Lembro perfeitamente do dia da visita. A energia do local era indescritível. Havia uma paz profunda no ar, algo que silenciava qualquer ruído interno e aquecia a alma. Era como se estivéssemos pisando em um lugar sagrado. Apesar da idade, eu sentia — com todas as células do meu corpo — que estava diante de uma presença extraordinária.
Quando chegou o momento de encontrar Chico, me aproximei, beijei sua mão com respeito e emoção. Em seguida, ele beijou a minha. Esse gesto, simples mas poderoso, permanece vivo na minha memória. Ele cumprimentava a todos com ternura, com humildade, como se cada um fosse especial. Me disse algo que carrego até hoje:
“Que a paz e a luz o acompanhem.”
Tenho duas fotos dessa visita. Em uma delas, apareço de costas, exatamente no instante em que me abaixo para beijar sua mão. A outra eu tirei de longe, registrando o momento em que meu avô se aproximava para cumprimentá-lo. São registros valiosos, mas o mais importante ficou guardado no coração.

De todas as lições e valores que aprendi naquele dia — e ao longo da vida estudando e ouvindo sobre o Chico — há uma frase dele que se transformou em um verdadeiro mantra pessoal. Uma bússola que uso nos momentos de dúvida, medo ou desafio:
“Crê em ti mesmo, age e verás os resultados. Quando te esforças, a vida também se esforça para te ajudar.”
Essa frase é simples, mas encerra um poder imenso. É um lembrete de que fé e ação caminham juntas. Que confiar em si mesmo é o primeiro passo para transformar qualquer realidade. Que o universo responde quando a gente dá o primeiro passo com coragem, mesmo sem ver o caminho todo.
Hoje, mais de duas décadas depois daquele encontro, sigo caminhando — errando, aprendendo, evoluindo. E em cada nova etapa da jornada, essa lembrança me acompanha. Como uma âncora espiritual, como uma estrela-guia.
Porque, no fim das contas, mais do que conhecer Chico Xavier, o que realmente me marcou foi a lição silenciosa que ele deixou: a grandeza está na humildade, no amor e na fé em movimento.
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